Este post tem como tema a I Guerra Mundial, tema dentro da História contemporânea que é o tema central do Blog. Neste texto fora usados como referência dois textos: "A Grande Guerra: Um cenário inumano" de Carlos Renato Hees, este artigo é fruto de uma pesquisa iconográfica sobre a I Guerra mundial, o intuito do artigo é promover uma reflexão sobre o tema e o impacto que a guerra criou para as pessoas direta e indiretamente. O segundo texto, é um livro de José Paradiso "Prefácio de Norman Angell - A Grande Ilusão" o qual vai tratar sobre o mesmo tema, mas a partir da visão de Norman, que escreveu o vários livros mas ficou bem mais conhecido por ter escrito "A Grande Ilusão" que vem a tratar sobre a ilusão óptica sobre os "benefícios" da guerra, a qual para ele não tem sentido.
A Grande Guerra.
De 1914 a 1918, neste recorte temporal
existiu um conflito entre nações, o qual causou grande devastação e por
abrangência territorial, grande causadora de traumas diretos e indiretos e de
poucos vitoriosos e muitos perdedores. Antes da guerra a Europa recém saída do
século XIX experimentava um ar de iminente prosperidade que se mostrava nos
lucros e crescimento econômico. A iminência de guerra era a consequência da
necessidade de expandir o capitalismo nacional, a competição entre nações.
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Armas Químicas |
Inicialmente, a guerra possuía um caráter
menos “profissional”, mas o conflito outrora visto como “inevitável, e diziam (ou
imaginavam!), rápida” (HEES; p.501), tornou-se mais tecnológica e científica,
na qual se buscava derrotar o inimigo e vice-versa, se tornando mais desenvolvida
refletindo o estado de desenvolvimento dos países europeus, “Nenhum deles
parecia disposto a permitir de bom grado que os outros se tornassem mais
fortes, e a adoção de armas mais sofisticadas exigia dos rivais um novo esforço
para não ficar em posição de inferioridade” (PARADISO; 2002)
Países
que tinham o intuito de obter mais territórios “O conflito reconheceu-se como
uma guerra de posições onde a morte de milhares de soldados resultava numa
conquista de restritos quilômetros” (HEES; p.502), o que obviamente não parece
ser uma grande vitória se levar em conta a quantidade de pessoas mortas, numa
guerra que neste ponto já havia se direcionado para
“a produção
daquilo que poderia redundar em baixas ainda mais numerosas no outro lado,
evitando-se o mais possível contato físico. Matar ao longe sem enxergar a quem,
matar vários, mas não apenas um ao alguns. Considerar os outros como números de
mortos ou mutilados, anônimos, sem rosto e sem olhares a serem trocados nos
momentos derradeiros, de matar ou morrer”. (HEES.p.502)
Tais feitos terão sustentação nos novos “aparatos
tecnológicos bélicos”, uso de gases, metralhadoras automáticas, granadas, dirigíveis,
aviões. Essa era a estratégia, matar muitos a ponto de obter a rendição
incondicional. As formas criadas de se matar pessoas é que fazem desta guerra,
além de outras mais, ao longo do século XX, uma das mais devastadoras, a
criatividade e desenvolvimento nesse momento e para tais fins são
surpreendentes.
Outro ponto importante é o momento intelectual
apontado por Paradiso em relação à “Origem das espécies”, o qual foi difundido
as áreas políticas e sociais, criando a ideia de que a força e o poder não
seriam tão diferentes dos aplicados na natureza, e o conceito de nação atribuído
ao nacionalismo, o qual seria levado a frente principalmente pela mídia, a
comunicação a distância, que mexia com as emoções das pessoas, abrindo caminhos
para preconceitos, religiosos, éticos e nacionais, principalmente porque pela
lógica do capitalismo, inflamavam os lucros de empresas jornalísticas.
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Ralph Norman Angell Lane |
Um posicionamento muito interessante de
Norman Angell, que escreveu “A grande Ilusão” no contexto da I Guerra Mundial demonstra
uma boa crítica a tal acontecimento:
“Meu
objetivo não é provar que a guerra é impossível, mas que é inútil... Meu livro
não é anti-militarista ou pacifista no sentido ordinário em que esses conceitos
sã empregados. Não aconselho a nenhuma não que se descuide de sua defesa, mas
que procure demonstrar que nenhum Estado tem interesse em atacar o outro, e que
a necessidade de estar permanentemente em condições de defender-se se deve a
que cada um acredita que o outro tem esse interesse” (PARADISO;2002)
O que parece uma alternativa bem simples tem
um caráter bem forte, pois os motivos da grande guerra foram interesses de
nações em relação ao seu crescimento e sua necessidade de expansão econômica e
territorial, mas a área social e política também tiveram sua parcela de culpa,
pois o momento vivenciado proporcionou o crescimento de um nacionalismo exacerbado
e com isso houve a explosão de uma guerra a que deixaram muitos estragos as
pessoas que participaram dela efetivamente ou não, pois ela atingiu grandes
proporções.
Referências:
HEES, Carlos Renato. A grande Guerra – um cenário
inumano. Disponível in: <guaiba.ultra.br/seminários/eventos/2011/artigos/historia/seminário.860.pdf>
Acesso em: 21 de Nov de 2013.
PARADISO, Jose. Prefácio para Norman Angell –
A Grande Ilusão. Brasilia. FUNAG, 2002.p. IX-LI.