domingo, 15 de dezembro de 2013

EntreGuerras, a crise de 29



A postagem dessa semana tem como tema o período de entreguerras, aquele que compreende o espaço entre as duas guerras mundiais (óbvio), pois esse período possui acontecimentos importantes que irão repercutir mais a frente desencadeando a segunda guerra, a crise de 29 e a grande depressão de 30. Como base para esse texto foram utilizados Paulo Vizentini e sua obra "História Mundial Contemporânea" que narra bem os acontecimentos da primeira guerra, entreguerras e segunda guerra mundial. o segundo texto é de Fernando Braudel  "A Falência da Paz", o autor foi prisioneiro de guerra e trás uma boa reflexão sobre o entreguerras, se realmente houve paz nesse momento apontado como o ponto de inicio dos fascismos, da crise e antecedente a Segunda Guerra Mundial.


Entreguerras, a crise de 29.

Entre as duas guerras mundiais há um período marcado por diversos conflitos os quais desencadearam os acontecimentos posteriores, um período marcado por crise e disputa entre as potências mundiais o declínio da Europa e a ascensão dos Estados Unidos. No qual “O fundamento econômico-sistêmico da crise foi o efeito das rupturas produzidas pelo paradigma produtivo fordista, que geraram uma produtividade ampliada, sobre mercados ainda restritos” (VIZENTINI p.156), a crise de 29 a qual levou muitos anos para a sua total recuperação. “A violência que acompanhou esse processo e se estendeu pelo século XX levou o historiador Eric Hobsbawm a denomina-lo de Era dos Extremos.” (VIZENTINI. p.156), por ser um período marcado pela crise e a desencadeamento de conflitos de ordem social.
A instabilidade do liberalismo é apontada por Vizentini como o causador da crise e da guerra posteriores a esse momento, no qual os Estados Unidos ocupa uma posição privilegiada e a Alemanha se encontra com problemas assim como outras nações em relação ao tratado de paz (Versalhes), que além de perdas territoriais também acarretou num nacionalismo étnico exacerbado. O pós-primeira guerra gerou muitas perdas e ocasionou conflitos sociais e econômicas e tentativas de contenção revolucionária por conta das “ameaças” comunistas e o triunfo bolchevique na Rússia.
Entre 1924 e 1929, Braudel aponta que “... Não houve paz verdadeira, digna desse nome, se não entre 1924 e 1929 quando muito, portanto, durante breve aurora desses anos de mau tempo persistente.” (BRAUDEL, p. 1). Pois logo após esse período o mundo viveu uma de suas piores guerras mundiais. Vizentini aponta que

“O período que se estende de 1924 a 1929 ficou conhecido como os anos da grande ilusão ou falsa prosperidade, marcados que foram na Europa pela recuperação econômica e pelo relativo afrouxamento das tensões sociais.” (VIZENTINI, p. 171).
 
Este período entre guerras foi caracterizado pela crise do liberalismo que está ligada a uma economia monopolizada enquanto a parte política e social encontram-se ainda na democracia liberal.
O entre guerras é marcado também pela ascensão de autoritarismos, mesmo antes da crise de 29, em 1919 na Hungria (Horty), em 1922 (Mussolini), em 1923 na Espanha (Primo de Rivera) e Turquia (Kemal Hatatürk) entre outros. Assim como a ascensão dos fascismos a calmaria e relativa melhora econômica dos países devastados pela guerra, com a indústria fordista produzindo eletrodomésticos e automóveis desenfreadamente, causou uma euforia consumista e grande otimismo nessa área, assim como muitos investimentos na bolsa de valores. Mas após do pronunciamento do presidente Hoover sobre erradicar a pobreza,
 “em 24 de outubro de 1929 ocorria à quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, ponto de partida de uma crise econômica mundial, que na década seguinte se transformaria numa grande depressão do mundo capitalista. As falências e as demissões atingiram cifras astronômicas nos Estados Unidos, logo espalhando-se pelos demais países.”(VIZENTINI, p. 174)

A crise que se formou pela produção exagerada, quebrou a economia da grande potência que teve na primeira guerra mundial um grande avanço econômico, o presidente Hoover, que prometera erradicar a pobreza deixou que o próprio mercado tentasse resolver o problema, que posteriormente se transformou em recessão e depois na depressão de 1930.
Consequência da crise de 29 no Brasil, queima de café.
A qual causou demissões em massa, e muita produção para pessoas que necessitavam dela, mas não podiam tê-las, havendo fabricas fechadas mesmo com uma grande quantidade de matéria-prima, havia terras férteis, mas sem cultivo e havia trabalhadores, porém sem trabalho, o que leva há uma situação de constante contradição, há tudo e ao mesmo tempo não se pode gerar nada. A solução foi destruir o excedente ao mesmo tempo em que pessoas precisão dele, tudo para que pessoas possam comprar o produto e a economia volte ao normal.

Referências:
BRAUDEL, Fernand. A falência da paz: 1918-1939. Conferência pronunciada na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Revista de História, São Paulo, n. 6, 1951. 

 VISENTINI, P. As disputas com os novos projetos estratégicos (1914-1945). In: VISENTINI, Paulo & PEREIRA, Analúcia. História Mundial Contemporânea. (1776 -1991). Brasília: IBr, 2006. 

domingo, 1 de dezembro de 2013

Revolução Russa

Lênin

Esta postagem do blog tem como tema a Revolução Russa, o texto base para esta postagem é um artigo da Revista Eletrônica Arma da Crítica, de 2010, de Frederico Costa. O artigo tem o intuito de mostrar a Revolução Russa como o resultado de muitos homens e mulheres e que seus resultados não foram predeterminados e sim uma construção da briga entre revolucionários e contrarrevolucionários.

REVOLUÇÃO RUSSA
A revolução possui entendimento complexo, após a grande guerra sob as orientações de Vladimir Lênin e Leon Trotsky, o proletariado pôde experimentar uma grande investida rumo à conquista do poder. A qual seria marcada por conflitos internos de suas lideranças assim como a investida do capitalismo e os conceitos de "globalização" e "neoliberalismo" que podem ter influenciado o rumo tomado pela frente de esquerda, de acordo com Frederico Costa:
"Assim por décadas, a chamada 'questão russa' - o projeto Bolchevique a tomada do poder, o projeto de construção do socialismo, o stalinismo, a natureza do Estado soviético -, foi o centro de disputas de diversas correntes do movimento operário ao porem em discussão a possibilidades de superação do capitalismo e os caminhos de construção de uma sociedade pós-capitalista”. (COSTA; p.6)
O czarismo chega ao fim em 1917 quando entra em ruina após a decomposição do exercito e o papel revolucionário do operariado. Dando lugar a um governo provisório composto por partidos burgueses. Nesse momento a Rússia partilha de uma dualidade de poderes, o governo provisório: burguês e os Sovietes: operários.
“Em 1919-20 uma onda revolucionária convulsiona a Itália, sobretudo nas regiões industriais do norte, cristalizando-se as rupturas entre sociais democratas - que se negam a romper com o estado burguês é o capitalismo, posicionando-se contrarrevolucionários, logo que as massas ameaçam a ordem burguesa – e os comunistas, orientados para a vitória da revolução proletária”. (COSTA; p. 12)
O poder do governo provisório que recobria o aparelho do Estado burguês em desagregação e do outro lado da moeda existia a rede sovietes, que progressivamente construíam um embrião de Estado operário. Uma dessas classes seriam os bolcheviques que significa Bolch (russo: большевик, transliteração "bolshevik") é uma palavra da língua russa, e significa "maioritário". Assim foram chamados os integrantes da facção do Partido Operário Socialdemocrata Russo liderada por Vladimir Lênin.
As ideias de luta por uma ditadura do proletariado era um ponto que divergia os diligentes bolcheviques, como Stalin, Kamelev e Molotov. As quais brigavam pela maior aceitação de sovietes, e após a conquista da maioria de sovietes pelos bolcheviques a luta pelo poder era diária. Mas após a insurreição operária do II congresso Pan-Russo dos sovietes, o governo provisório e o Estado desagregaram-se e deu lugar a um Estado segundo a Comuna de Paris, um Estado operário. A partir desse momento, a Revolução Russa deveria ser o estimulo para o socialismo mundial, porém, a Europa central foi derrotada.
Lenin, de acordo com Frederico Costa, foi quem levou a revolução para o caminho certo, para a superação do capitalismo, o que não aconteceria mais a frente com a decadência econômica e o desemprego e consequentemente a redução da classe operária. E que após isso houve uma ruptura no partido Bolchevique, Stalin saiu vitorioso e provocou a morte de muitos homens e mulheres que faziam parte do comitê de Lênin. O stalinismo foi instalado e obviamente ele foi algo totalmente diferente do que foi projetado para uma Revolução Russa, vários fatores ocasionaram esse acontecimento, as dificuldades econômica, o capitalismo se restaurando, as divergências dentro do partido, de maneira que não foi algo pensado, uma conspiração e sim uma outra variante do socialismo, que foi modificada com os acontecimentos.
Referências:
 COSTA, Frederico. A Revolução Russa - Vitória, degeneração e resistência. Revista Arma da Critica, Ano 2, Numero, 2, março 2010